Dando
continuidade ao post passado. Apresentamos agora alguns exemplos
práticos simplificados. No próximo post iremos apresentar um exemplo
mais complexo.
Vesting period e número de opções vested fixo
Uma empresa concede uma opção de compra de ações próprias ao seu
presidente como parte do seu pacote de remuneração. A opção foi outorga
no começo do “ano 1”. A única condição anexada à opção é a permanência
pelos próximos dois anos. O valor justo da opção na data de outorga é R$
100. O valor justo da opção posteriormente é irrelevante para sua contabilização.
O valor justo da opção de R$ 100 deve ser reconhecido durante o vesting period (dois anos). Ao final primeiro ano o saldo final no patrimônio é de R$ 50 (50% do vesting period x [valor justo * números de opções] -> ½ x [R$ 100 x 1]).
O saldo patrimonial referente a stock option no início do
“ano 1” é zero, assim, a despesa do período é igual ao seu saldo final.
Desta maneira, a despesa no “ano 1” é R$ 50.
Agora, ao final de “ano 2” mensuramos o saldo final patrimonial, nesse caso R$ 100 (100% do vesting period
x [valor justo * números de opções] -> 1 x [R$ 100 X 1]). A despesa
do ano foi de R$ 50 (PL final – PL inicial -> R$ 100 – R$ 50). A
despesa de cada um dos anos foi a mesma, pois não houve alteração em
nenhuma das estimativas.
Ano
|
Período
|
# funcionários
|
# opções
|
VJ/opção
|
PLacumulado
|
Despesa
|
1
|
½
|
1
|
1
|
100
|
50
|
50
|
2
|
1
|
1
|
1
|
100
|
100
|
50
|
Vesting period fixo e número de opções vested variável
Idem ao exemplo
anterior, só que agora o plano abrange dez diretores. No início do “ano
1” era estimado que quatro diretores saíssem da empresa até o final do
“ano 2”. Ao final do “ano 1”, a estimativa se alterou para dois
diretores. Ao final do vesting period (ano 2), apenas um diretor tinha se desligado da empresa.
O valor justo da estimativa de opções vested do “ano 2” deve ser reconhecido durante os dois anos. Ao final do primeiro ano o saldo no patrimônio é R$ 400 (50% do vesting period x [valor justo x números de opções] -> ½ x [R$ 100 x 8]). Consequentemente, a despesa do “ano 1” é R$ 400.
Ao final do “ano 2” o saldo final no patrimônio é R$ 900 (100% do
vesting period x [valor justo x números de opções] -> 1 x[ R$ 100 x
9]). A despesa do ano foi de R$ 500 (PL final – PL inicial -> R$ 900 –
R$ 400). A despesa de 2012 foi superior a 2011, pois a estimativa do
número de opções aumentou de oito para nove diretores.
Ano
|
Período
|
# funcionários
|
# opções
|
VJ/opção
|
PLacumulado
|
Despesa
|
1
|
½
|
8
|
1
|
100
|
400
|
400
|
2
|
1
|
9
|
1
|
100
|
900
|
500
|
Vesting period variável e número de opções vested fixo
Voltando ao primeiro exemplo, mas agora o vesting period não
é fixo, ele depende do cumprimento de uma meta. Ao final do “ano 1” era
esperado que a meta fosse atingida somente ao final do “ano 3”.
Todavia, o “ano 2” foi muito bom e a meta foi satisfeita. Como
consequência, o vesting period terminou ao final do “ano 2”.
O valor justo deve ser reconhecido durante o vesting period estimado ao final de cada exercício. Sempre contemplando as novas estimativas, sem mudar o passado.
2012 - O vesting period esperado era de três anos (final do “ano 3”). O saldo no patrimônio e a despesa têm igual valor de R$ 33,3 (1/3 do vesting period x [valor justo x números de opções] -> 1/3 x [R$ 100 x 1])
2013 - O vesting period termina e a estimativa ao final do exercício anterior (ano 1) se mostra incorreta. O vesting period real
foi de dois anos (final do “ano 2”). O patrimônio deste exercício é
igual ao valor justo da opção na data da outorga (R$100), pois terminou o
vesting period. A despesa de 2013 foi R$ 66,7 (PL final – PL inicial -> R$ 100 – R$ 33,3)
A despesa do “ano 2” foi superior devido ao vesting period ter sido reduzido, assim, a despesa esperada em dois anos (“ano 2” e “ano 3”) foi reconhecida integralmente no “ano 2”.
Ano
|
Período
|
# funcionários
|
# opções
|
VJ/opção
|
PLacumulado
|
Despesa
|
1
|
1/3
|
1
|
1
|
100
|
33,3
|
33,3
|
2
|
1/1
|
1
|
1
|
100
|
100
|
66.7
|
Fonte: http://ifrsbrasil.com/passivos-e-pl/stock_options/contabilizacao-de-stock-options-da-teoria-a-pratica-parte-2
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